sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

A influência da idade no aprendizado de idiomas

É verdade que as crianças aprendem línguas estrangeiras melhor que os adultos? Foto: Catherine Yeulet © iStockphoto“Quem já passou da adolescência, não tem mais condições de aprender perfeitamente uma língua.” Este tipo de afirmação não é o único motivo de controvérsias entre linguistas e pesquisadores do cérebro humano. Mas em um ponto eles estão de acordo: as crianças aprendem línguas estrangeiras de forma distinta dos adultos. “Good morning, boys and girls!” Durante muitas décadas, para a maioria dos alunos alemães, a aula de idiomas estrangeiros começava na quinta série, com os primeiros vocábulos e expressões em inglês. Mas, há alguns anos, cada vez mais escolas primárias e até mesmo jardins de infância, na Alemanha, começaram a introduzir uma primeira língua estrangeira para crianças em idade bem tenra. Para que elas estejam preparadas de forma ideal para um futuro poliglota, os pais, pedagogos e políticos da área de educação defendem a ideia de que, em matéria de aprendizado de línguas estrangeiras, "quanto mais cedo, melhor". Mas isto significa que as crianças pequenas aprendem idiomas estrangeiros em geral melhor do que os adolescentes ou os adultos?


As crianças aprendem línguas melhor?

Crianças aprendem línguas melhor que adultos?  Foto: Andrew Rich © iStockphoto“Isto depende do que se chama de aprender bem uma língua estrangeira”, responde Rüdiger Grotjahn, professor de Didática de Línguas na Universidade do Ruhr, em Bochum. ‟Quando se considera o resultado final do aprendizado, pode-se dizer que começar a aprender idiomas cedo é, sem dúvida, vantajoso.” Isso vale especialmente para o aprendizado de uma pronúncia autêntica. Muitos de seus colegas partem do princípio de que é necessário começar a aprender línguas estrangeiras numa fase específica da vida – antes da adolescência ou até muito mais cedo – para se conseguir ter uma pronúncia equivalente à de uma pessoa nativa. Porém, ainda há controvérsias sobre a real existência de uma ‟fase crítica”. Pois, certamente, há exemplos de alunos que, já em idade adulta, conseguem atingir uma pronúncia perfeita num idioma estrangeiro.


A idade traz sabedoria – as vantagens dos alunos mais velhos

Aprendizes mais velhos chegam a ter vantagens sobre os jovens.  Foto: Vikram Raghuvanshi Photography © iStockphotoConsiderando a velocidade do aprendizado como um critério importante na avaliação dos resultados do estudo de uma língua, as crianças pequenas, em comparação com os adolescentes ou mesmo com jovens adultos, não podem ser consideradas tão eficazes: segundo Grotjahn, os adolescentes e jovens adultos fazem progressos mais rápidos que as crianças, especialmente durante a fase inicial do aprendizado. No que diz respeito à memorização de vocabulário e ao entendimento de textos escritos, tanto os jovens quanto até os adultos mais maduros levam uma vantagem a longo prazo. ‟Nestas áreas do aprendizado, os adultos contam com um repertório muito maior de conhecimentos gerais e conceituais em sua língua nativa. E, como postula a psicologia do aprendizado, um estudo bem-sucedido é construído a partir de uma base do saber já existente.”
Isto também se aplica a situações em que muitas palavras da nova língua possam ser deduzidas a partir do idioma nativo. Além disto, as estratégias que eventualmente tenham sido desenvolvidas para o aprendizado de outros idiomas têm um papel importante. Quem já passou bastante tempo aprendendo línguas estrangeiras com sucesso e prazer, também terá facilidade para aprender novos idiomas, mesmo em idade avançada, apesar de o envelhecimento prejudicar o armazenamento de informações novas.


Crianças aprendem com o corpo, adultos, com a cabeça

Boa aula de língua estrangeira deveria levar a idade em consideração. Foto: Orchidpoet © iStockphotoCrianças geralmente reagem a novos idiomas de maneira aberta e curiosa, enquanto os adultos, ao aprenderem palavras, estruturas e conceitos de uma língua nova, contam com uma experiência de aprendizado e de vida cada vez maior. Isto resulta no fato de o aprendizado das crianças ter uma forte característica imitativa e lúdica, e a forma de as pessoas mais velhas se aproximarem de novos idiomas ser frequentemente mais analítica, utilizando o auxílio de regras explícitas. Na opinião de Grotjahn, um ensino de idiomas eficiente tem de levar em consideração estas diferenças de recursos e abordagens. Cantarolando Frère Jaques ou La Bamba, cumprimentando o garçon em polonês ou turco, lendo livros infantis chineses ou romances russos – a alegria de se aprender línguas e se familiarizar com culturas estrangeiras pode ser sentida com a mesma intensidade em qualquer idade.




Fonte: http://www.goethe.de/ins/br/lp/kul/dub/mtl/pt7142444.htm

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