quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Intercâmbio: bom negócio em qualquer idade

Deixar temporariamente o país para estudar um idioma estrangeiro ou realizar um curso de especialização pode ser um bom investimento na carreira. Em qualquer idade. De acordo com especialistas, adicionar a palavra "intercâmbio" no currículo indica versatilidade, bagagem cultural, autonomia e experiência internacional. Apesar disso, é preciso escolher bem o momento para a viagem - e pesar prós e contras. O quadro a seguir esclarece o assunto, apresentando pontos positivos e negativos, dicas e depoimentos de pessoas que realizaram o intercâmbio em momentos distintos de suas vidas: na adolescência, durante a universidade, no início da carreira profissional, por volta dos 35 anos e a partir dos 60. Leia também como usar as redes sociais profissionalmente e por que a corrida pelo serviço público pode ser um mau negócio ao Brasil.
Intercâmbio para todas as idades.
Vantagens e desvantagens de trabalho e/ou estudo no exterior.
Adolescente:

Prós: 
Experiência internacional precoce: são grandes as chances de o adolescente que fez intercâmbio se destacar por possuir bagagem cultural ampla, além de maior autonomia em relação aos pais.

Contras: 
Se não estiver focado no estudo, o intercambista pode se lançar somente a aventuras longe dos país, como bebidas alcólicas e drogas. Assim, além dos riscos evidentes, não trará nenhuma bagagem na volta.

Custo médio*: 
Seis meses em casa de família mais ensino médio nos EUA custam em média 10.000 reais.

Dicas: 
Evite contato com brasileiros. Só há um jeito de aprender um idioma estrangeiro satisfatoriamente: convivendo com estrangeiros.

Depoimento: 
'O intercâmbio foi importante sob vários aspectos na minha formação, como o domínio de outro idioma. Além disso, me trouxe amadurecimento e autoconfiança, uma vez que estava longe dos meus pais e amigos, e tinha que resolver tudo sozinho', diz o radialista Marcelo Sayeg, de 28 anos, que morou um ano na Califórnia (EUA) quando tinha 17 anos.

Universitário:

Prós: 
Acumular bagagem cultural, experiência internacional e fluência de mais um idioma. Isso pode fazer diferença na carreira profissional que está prestes a se iniciar.

Contras: 
Se apenas pensar em curtir os novos amigos e baladas, voltará ao Brasil com um ano de atraso, ficando para trás dos colegas aqui na busca por estágios e emprego.

Custo médio*: 
Seis meses em casa de família no Canadá mais escola e passagens aéreas custam cerca de 10.000 reais.

Dicas: 
Evite contato com brasileiros. Só há um jeito de aprender um idioma estrangeiro satisfatoriamente: convivendo com estrangeiros.

Depoimento: 
'O intercâmbio enriqueceu meu curriculo: eu já dominava inglês e fui para aprender francês. Além disso, o empregador sabe que sou uma pessoa versátil, que aprende fácil, conhece outras culturas e vence barreiras. Afinal, não é qualquer um que mora na casa de um desconhecido - como eu fiz', diz a analista de planejamento Vivian Cristina, de 23 anos, que passou seis meses em Montreal (Canadá).

Profissional em início de carreira:

Prós: 
O intercâmbio é diferencial na luta por emprego, pois as empresas entendem que não precisarão fazer certos investimentos no funcionário - caso de curso de idiomas. As companhias supõe ainda que o profissional está antenado nas inovações vindas de fora - devido à experiência do intercâmbio.

Contras: 
Não é fácil arrumar um bom emprego no Brasil. A concorrência nessa faixa etária é forte e um ano fora pode significar uma perda enorme.

Custo médio*: 
Dez meses em casa de família na Irlanda mais escola e passagens aéreas saem por volta de 9.000 reais.

Dicas:É importante escolher um curso voltado para a área de formação. Fique no máximo um ano.

Depoimento: 
'Sem o intercâmbio, eu não poderia concorrer à vaga que ocupo hoje, pois ela exige total fluência em inglês. A experiência do intercâmbio em si faz com que o mercado de trabalho enxergue o profissional de uma maneira diferente: tenho mais consciência e confiança para me relacionar com todo tipo de pessoa', conta o publicitário Fernando Garcia, de 24 anos, que estudou inglês em Dublin (Irlanda).

35-45 anos:

Prós: 
Uma especialização ou curso de idiomas para aprimorar a fluência é extremamente positiva. Nessa etapa da carreira, unir experiência a bagagem internacional e fluência em mais de dois idiomas ajuda na ascensão profissional.

Contras: 
Nesta faixa etária o profissional está no auge da carreira, é altamente produtivo e desejado pelas empresas. Ficar fora deste mercado é perder tempo para a concorrência.

Custo médio*:
Quatro semanas de curso de idioma mais dez aulas por semana de inglês para negócios e acomodação em casa de família com meia pensão custam cerca de 5.000 reais.
 
Dicas:
Tente negociar dois meses de férias com a empresa para o curso de especialização ou de línguas no exterior. Se não for possível, utilize o mês de férias. É aconselhável já possuir conhecimentos no idioma estrangeiro em nível intermediário.

Depoimento:
 
'É uma experiência válida. Você conhece pessoas e tem um contato mais próximo com a língua. Eu faria de novo. Mas se a expectativa do profissional é promover o 'up' da carreira, é preciso saber que é preciso investir mais tempo - ao menos dois meses', diz gerente financeira Maria das Graças Dionísio, de 39 anos.

60 anos ou mais:

Prós: 
Ficar por até um mês em uma casa de família proporciona ao intercambista de qualquer idade o conhecimento de novas culturas. Para uma pessoa desta faixa etária, que gosta de conhecer a fundo o país que está visitando, quatro semanas são perfeitas. Sai mais barato e pessoas da família anfitriã podem dar dicas de bons passeios.

Contras:Nem sempre uma pessoa de idade se adapta facilmente a novas culturas.

Custo médio*:
Duas semanas de curso de espanhol em Alicante, na Espanha mais atividades culturais, acomodação em casa de família e passagens aéreas custam cerca de 5.000 reais.

Dicas:
É aconselhável já possuir conhecimentos no idioma estrangeiro em nível intermediário.

Depoimento:'Eu precisava melhorar meu inglês para traduzir os livros da área em que atuo e também minha participação em congressos. Manter contato com a língua inglesa 24 horas por dia durante trinta dias ajudou muito. Agora, consigo ir a congressos sem precisar de intérpretes', diz o médico Jorge Cateb Neto, de 72 anos, que estudou inglês em Toronto, no Canadá, há dois anos.

* Os valores podem variar de acordo com localidade, instituição de ensino, tipo de acomodação e período de permanência.

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